* 03.03.1939 + 15.06.2024
Seu carisma não se resumia às boas palavras.
Percebia-se no sorriso, no aperto de mão, nos assobios, na doçura (herança da tia Marcília?), no chapéu de palha, na simplicidade das roupas de roça, no hábito de contar histórias de família (herança do Tio Quim?) ou naquele jeito de expressar sentimentos tão pouco comum aos homens de sua geração.
Nas questões de família, era um de nossos consultores. “Nenzo, você sabe com que idade Balduína faleceu?” Ou, diante de alguma foto antiga, “Nenzo, quem é a quinta pessoa da esquerda para a direita da quarta fila?” Ele dizia um nome, e no dia seguinte poderia se corrigir, porque tinha ficado com a questão cozinhando na cabeça.
Mas Nenzo era o homem das boas palavras – cuidadoso, diplomático, articulado, ótima conversa e talentos de professor. O amor que nutria pelas pessoas fazia-lhe dizer o melhor sobre elas.
Sua última (e alegre) visita à nossa casa foi no final de 2022, com Julinha, sua esposa querida. Num dado momento, olhou para minha mãe e disse “Eunice, vou contar algo que minha mãe dizia sobre você”.
Não importava que o conteúdo não fizesse mais sentido à minha mãe (o Alzheimer já estava bem avançado). Ela com certeza entenderia o afeto por detrás das palavras.
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